quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Sobre a reunião do dia 15.12

A reunião com os professores Gáspare e Emanoel aconteceu como previsto. Estavam presentes: Manuela, Waldemir e Mariana, além da coordenadora de curso, Marta. Como combinado nós entregamos os 2 ofícios referentes à multa da biblioteca e o valor voluntário destinado ao diretório. Em seguida questionamos sobre o regimento interno, planilha e planos de trabalho para 2010, como ficou decidido que nos seriam entregues nesta reunião. Gáspare afirmou que o regimento interno já está disponível no site da Bahiana e que estará também disponível no ato da matrícula. Entretanto, sobre os planos de trabalho e planilha, únicas fontes de justificativa para o reajuste na mensalidade, foi colocado que os alunos da Bahiana já tinham recorrido à instância do Ministério Público, e que, sendo assim, só através deste a Fundação daria qualquer tipo de esclarecimento, e que portanto, não caberia mais discutir finanças nesta ou em outra reunião com os estudantes. Foi constrangedor, como integrante da comissão de negociação e estudante da EBMSP, perceber que o fato da coordenação de finanças se sentir livre de qualquer justificativa para com os alunos era suficiente para deixar seu coordenador tranqüilo, diferente da reunião passada. Isto foi tão obvio na reunião, que este coordenador não conseguia nem disfarçar o riso irônico. Assim, ele questionou o movimento. Afirmou que foi proposto aos estudantes 2 datas e que nós negamos. Disse que nós deveríamos fazer uma autocrítica da greve e questionar se essa foi a melhor solução. E, que se hoje, dia 15.12, nós pudemos reunir, porque não aceitamos naquela época?
Nossas respostas a essa situação e questionamentos foram: Professores, a reunião não pôde ser aceita naquela ocasião porque grande parte dos estudantes já estaria de férias e não haveria quórum para deliberar qualquer decisão de pauta, além do que, se os senhores lembram, na reunião passada tínhamos 6 integrantes da comissão de negociação, enquanto hoje só temos 3, e todas as ausências são por motivo de viagem. Então, de que forma essa comissão poderia ser representativa se não houvesse a quem repassar as negociações? Além disso, a representação ao Ministério Público ocorreu antes de qualquer posicionamento da EBMSP e, portanto, isso não pode ser usado como justificativa para negar a negociação. Foi esclarecido, que como estávamos representando a Assembléia dos Estudantes, não poderíamos passar por cima das decisões desta, e que esta reunião seria usada exaustivamente para discutir a pauta de finanças, devido ao seu caráter emergencial. Foi dito que esta reunião de hoje só corrobora a idéia que os estudantes têm da faculdade, já que eles são a última instância que a EMBSP/FBDC sente necessidade de prestar qualquer esclarecimento, mesmo em situação de greve, e que a primeira reunião só aconteceu por causa de uma ligação da mãe de um dos estudantes. Neste momento Emanoel disse que isto era fantasia.
Realmente, foi decepcionante perceber que enquanto era inevitável, pelo menos parcialmente, tentar esclarecer os reajustes da planilha de custo, não havia qualquer tipo de segurança e firmeza por parte da coordenação, mas que hoje, por não estar autorizada pela fundação a falar, ela se mostrou incólume. É revoltante perceber que os estudantes são tratados meramente como consumidores, e que só através de medidas legais ou pressão, como no caso da greve e Associação de Pais, esta instituição se move no sentido do diálogo, ou nem assim. Então, senhores, não subestimem seus estudantes, porque nossa formação é muito maior do que um canudo que nos dá autorização de exercer a medicina. Nossa formação nos dá autoridade de questionar e pensar como individuo e como classe. Também não subestimem o movimento, porque diferente do que a faculdade acredita, a greve é uma ação muito maior do que uma simples ocupação do campus de Nazaré. Sendo assim, nossos questionamentos não podem ser explicados com discursos superficiais e montados previamente, nem com mãos trêmulas e fala hesitante. Não seremos convencidos com tão pouco, muito menos com atitudes que só refletem o despreparo para justificativas ou a indiferença com este movimento, como aconteceu nesta reunião. Nós somos os corajosos, portanto não se utilizem dos nossos escudos. Escolher o silêncio justificando-o desta forma é no mínimo constrangedor para todos nós. Pois, assim como os senhores, acreditamos em construir uma Escola melhor e neste caminho não pode haver fraqueza nem desistências.
A reunião se mostrou, então, sem qualquer conteúdo, e assim foi encerrada.
Nota de esclarecimento: na reunião com o Ministério Público os documentos apresentados pela FBDC foram insuficientes para esclarecer as pautas questionadas, então foi dado à faculdade um prazo para reunir outros documentos e levar ao Ministério.
Portanto, voltamos ao ponto em que a FBDC não quer o diálogo, mas agora, por obrigação legal ela terá de prestar contas ao MP. Essa é, sim, uma vitória e que só foi possível por causa da greve.
“O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte” Friedrich Nietzsche

5 comentários:

  1. caraca maluco...show de bola esse texto.
    pena que a bahiana escolhe tao mal aqueles que deveriam representá-la bem. subestimam à nossa inteligencia e ainda mais, a nossa condição de cidadaos. nos olham como meninos, e acham que tem o direito de nos ludibriar!
    que vergonha.
    como se não bastasse os escandalos politicos (que beiram essa canalhice toda) ainda temos que aturar a falta de clareza e esse jogo de esconde-esconde da nossa amada faculdade!

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  2. A Bahiana não merece mais o título de fundação e eu espero que o MP faça justiça nesse sentido. Eles sempre aumentam a mensalidade em 10%, pura e simplesmente porque podem aumentar. Nem conseguem se explicar ou mesmo inventar uma explicação, sempre se escondendo atrás da única verdade absoluta e inquestionável para a FBDC: Somos a escola de medicina mais barata do Brasil e vocês ainda reclamam de aumentos pífios de 200/300 reais por ano? Apostam todas as fichas na nossa suposta mediocridade, na fama que algums imbecis insistem em colocar nos estudantes da escolinha da ladeira, filinhos de papai babacas que estão muito, muito gratos por terem passado em medicina e que estão dispostos a pagar quanto eles quiserem para, enfim, ganharem seu mercido diplominha de doutor. Essa pode até ser a realidade para alguns, mas, sem, dúvidas, não é para a maioria. A greve está aí para mostrar que não somos o que eles acham que somos. Mesmo que não dê em nada, valeu muito a pena. Faço minha também a citação de Nietzsche mencionada anteriormente.

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  3. Nesse momento, tudo o que me ocorre é VERGONHA da faculdade em que estudo...

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  4. Companheiros e companheiras, faço parte do Centro Acadêmico de Historia Luiza Mahin da UFBA.
    O descaso que as reitorias teêm tratado os estudantes deve ser repudiado por todos que integram a comunidade acadêmica.
    Gostaria declarar nossa solidariedade a luta e as mobilizações que vocês vem construindo.
    Qualquer coisa estamos ai.

    saudações

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  5. Que vergonha desta instituição... que vergonha de estudar nisso...

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